domingo, 25 de março de 2012

Orientação Escolar e Profissional

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Um dos aspectos importantes no trajecto escolar de um adolescente prende-se com a definição da sua vida futura no âmbito profissional. O 9ºano de escolaridade assume-se como a primeira altura em que o jovem tem realmente de decidir qual a área predominante de estudo nos próximos anos de aprendizagem. Por esse motivo, aconselha-se que nesta altura o aluno faça provas de orientação vocacional, que o ajude a esclarecer dúvidas e a tomar uma decisão mais madura e consciente.

Estas provas, também denominadas por testes psicotécnicos, irão recolher dois tipos de informação essenciais: os Interesses e as Aptidões. Os interesses dizem respeito às áreas pelas quais o jovem demonstra maior motivação e gosto e também ao que projecta que possa vir a ser a sua realização profissional, enquanto que as aptidões estão relacionadas com as suas reais capacidades nas diferentes áreas.

Escolher uma área de estudos ou um curso de carácter técnico-profissional nem sempre se afigura uma tarefa fácil, pelo que é natural e frequente existirem indecisões, angústias e receios. Implica uma série de factores que devem ser analisados entre o aluno e o psicólogo na entrevista de orientação, como por exemplo uma discrepância entre as aptidões e os interesses, as expectativas do aluno, os desejos mais ou menos explícitos dos pais que podem gerar ambivalências no jovem, a falta de informação relativamente aos cursos e à relação destes com o mercado de trabalho, a consciência de que é difícil perceber o que realmente gostará de fazer daqui a uns anos, entre outros.

É importante frisar que esta escolha não é estática e não se pretende criar um determinismo à volta da mesma, ou seja, actualmente as nossas escolas permitem ao aluno frequentar exames de disciplinas que não estão contempladas no seu currículo, havendo sempre a oportunidade de mudança numa perspectiva de prosseguimento de estudos após o 12ºano.
Como ponto de partida, devemos compreender que para que o aluno obtenha sucesso numa determinada área, é necessário que exista para além dum investimento intelectual, um investimento afectivo e emocional que funcione como a “alavanca” no desejo de aprender. Para que isso aconteça, é necessário considerar a possibilidade de mudanças no trajecto do aluno e deixá-lo criar o seu espaço onde este aprenda a movimentar-se com segurança e liberdade, assim como a assumir uma responsabilização perante as suas decisões.

Os alunos do 12ºano de escolaridade que pretendam prosseguir estudos também beneficiam de uma orientação vocacional, independentemente de já ter sido realizada no 9ºano. Isto porque no 9ºano a decisão contempla uma área de estudo que é mais generalista, sendo que a partir do 12ºano a escolha já é específica e reveladora daquilo que será o futuro profissional do jovem. Para além das dificuldades apontadas anteriormente, enquanto processo de decisão, aqui são acrescentadas muitas vezes outro tipo de dúvidas, relacionadas com as médias e requisitos de entrada na universidade, com as localidades do país em que existem determinados cursos, com as saídas profissionais, ou mesmo com um sentimento de enorme pressão por não se saber verdadeiramente qual o curso de interesse.

Existem alunos que desde muito cedo manifestaram interesse por uma determinada área, e começam a esboçar um percurso mais linear, tornando-se eventualmente profissionais realizados. No entanto, um jovem que sempre soube aquilo que quis não é necessariamente o mais bem sucedido. As dúvidas, os receios ou mesmo os erros nas escolhas fazem parte de uma aprendizagem e de um processo de evolução característico de qualquer ser humano e que atinge uma maior intensidade na fase da adolescência, por ser característica de enormes mudanças físicas e emocionais num curto espaço de tempo. Assim, se um jovem está muito indeciso relativamente ao seu futuro e prolonga a sua decisão, isso não é sinónimo de fracasso ou desinteresse no futuro e pode junto dos pais procurar profissionais especializados que certamente o saberão ajudar e orientar nesta fase importante da sua vida.

4 comentários:

  1. tenho um filho com 18 anos a frequentar o 11º ano, na área de humanidades mas que não revela interesse por nada e cujo percurso escolar tem sido bastante difícil. Nunca foi bom aluno apesar de no fim dos anos escolars se esforçar e conseguir sempre na ultima passar de ano. Esteve numa outra área no 10º ano e teve que o repetir para mudar para humanidades tendo tido um péssimo aproveitamento nesse ano. Este ano faltou ás aulas quase durante o ano todo até que teve que fazer os planos de recuperação e no entretanto teve que anular a matrícula a 2 disciplinas, uma das quais vai fazer exame agora. Estou com muitas dificuldades em lidar com o assunto ainda mais porque ele mentiu durante o ano todo.
    Ele já fez os testes vocacionais que o orientaram para jornalismo. Não sei o que é que hei-de fazer e estou bastante preocupada pois acho que ele está muito desinteressado de tudo. Pode-me dar uma ajuda?
    Agradeço desde já toda a atenção.

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  2. O desinteresse pela escola é uma aprendizagem que normalmente se adquire desde muito cedo e que de ano para ano se vai revelando cada vez mais difícil de inverter. É preciso perceber, junto do seu filho, o que pensa e sente acerca do assunto e de que forma poderá ser ajudado a ser orientado no seu percurso escolar e profissional. Os testes vocacionais servem apenas como indicador das capacidades e possíveis interesses, pelo que deverá recorrer a uma consulta de psicologia para se perceber as questões emocionais que estão por detrás de tanto desinteresse e o que é possível fazer para solucionar a situação.

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  3. Acabei agora o 12º ano em Línguas e humanidades e estou com muitas dificuldades em escolher o curso certo no ensino superior.
    Gostaria de saber a forma de resolver este problema.

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  4. Caro Anónimo, para obter aconselhamento acerca do percurso académico, deverá solicitar uma consulta de orientação escolar. Cumprimentos

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